AQUA

©antonionavarro #Carborundum 

Centro Cultural e Congressos

Caldas da Rainha

13 Jan — 04 Fev

2018

AGAF – Associação de Gravura Água Forte

Exposição Colectiva de Gravura

Amélia Soares | Ana Galvão | Célia Bragança

Fátima Ferreira | João Carvalho | Madalena Fonseca

Manuel Lopes | Manuela Cristóvão | Margarida Lourenço

Teresa Pato | Tereza Morgado | António Navarro

Áquas… nas Caldas da Rainha

É um projeto que contempla a mostra de gravuras de autor, produzidas a partir de uma matriz de metal, onde predomina o modo de fazer com a água-forte e água-tinta: os produtos químicos conhecidos por mordentes (ácido nítrico, percloreto de ferro, etc.) que atacam as áreas da matriz que não foram isoladas com verniz, criando assim outro tipo de concavidades, e consequentemente, efeitos visuais. Desta forma, os artistas obtêm gama de tons que vai do mais claro, até ao mais profundo escuro. Estes procedimentos podem ser usados em conjunto.

A gravura tem raízes na Antiguidade e já era conhecida por egípcios e chineses desde o século II, mas no ocidente s ó no sec. XV ela passa a ter espaço e dedicação. Quem não se recorda da gravura de “ Adão e Eva”, feita em 1504 pelo alemão Albert Dürer (1471-1528), considerado o maior para uma mudança de qualidade na produção de gravuras, realizando experiências com a técnica da água-forte. É de facto no século XVI que é criada a gravura em metal, forma de impressão mais apurada e que incorde qualidade na imagem e também uma maior durabilidade da matriz no processo de grandes tiragens.

A partir do século XV, a arte da gravura impõe-se: além de já ser amplamente utilizada na divulgação de imagens religiosas e na impressão de cartas de baralho, vai substituir o manuscrito e a iluminura – privilégio da nobreza e do clero -, criando novas possibilidades de divulgação e democratização do conhecimento.

Historicamente pode-se referenciar grandes artistas que fizeram desta arte magistral obras singulares. A eles devemos o processo de saber fazer verdadeiras obras primas. O holandês Rembrandt (1606-1669), o francês Jacques Callot (1592-1635), o veneziano Giovanni Battista Piranesi (1728-1778), o génio espanhol Francisco de Goya (1746-1828) e os franceses Eugène Delacroix (1798-1863) e Gustave Doré (1832-1883), constituem uma galeria de verdadeiros mestres que deram, durante séculos, uma dimensão extraordinária a esta arte milenar. Mas também alguns pintores se destacaram nesta arte, como Édouard Manet, Henri de Toulouse-Lautrec, Pablo Picasso entre tantos outros.

Na atualidade, em que praticamente a tecnologia é usada para tudo, a gravura resgata o bom gosto pelo trabalho artístico, feito manualmente, sem mecanização, num processo milenar. A gravura é uma forma acessível de adquirir uma obra original de um grande artista.

Hoje, no CCC, apresentamos uma das mais ativas associações de gravadores em Portugal, “Água Forte”, que possui como objetivos, a criação e a divulgação da gravura nas diferentes vertentes e a implementação de ainda como um centro de estudo e divulgação das técnicas tradicionais e contemporâneas e a experimentação na gravura.

Espero que esta iniciativa seja a primeira de muitas a apresentar nas Caldas da Rainha, numa parceria que vise a divulgação desta área artística junto do grande público.

Janeiro 2018

Carlos A. Ribeiro Mota

Curadoria

Célia Bragança

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